Eram dias frios e cinzas. Chovia às vezes. Chorava sempre. Faltava emoção. Faltava atenção. Era um daqueles momentos em que ela sabia que tudo ia mudar... de novo. E tinha medo, insegurança e raiva. O futuro era incerto, como nunca havia sido antes, a luz do fim do túnel estava longe demais. Não se podia ouvir que melodia era aquela que tocava do outro lado.
Era feliz, e por que não seria? Tinha família e os melhores amigos do mundo, mas desta vez estava sozinha. Era a vez dela, de seguir em frente sem esquecer o que ficou para trás. Era a hora de tomar a decisão certa. E ela sabia que decisões não devem ser tomadas nos momentos de euforia, mas também sabia que nos momentos de calmaria ninguém decide nada.
Era chegada a hora de deixar de ser menina e se transformar em mulher. Era a sua vez de crescer, de brilhar, de ser a protagonista da própria história. E o difícil não é crescer, é ter que tomar decisões sozinha. E o difícil não é ser adulto, é ser responsável pelo próprios atos.
Era o dia ser livre. Livre para voar. Mas voar para onde? Se a neblina escondia o horizonte. E não havia ninguém para gritar e dizer qual era o ouro dentro do pote no fim do arco-íris.
Ela sabia que a decisão já estava tomada, há tempos, o que faltava era a coragem de se expor.
Mas aquele era o dia em que ela estava certa do que fazer, pronta para encarar os desafios e assumir os erros. Era o momento de fechar os olhos e saltar no infinito. Era a hora do sol começar a nascer.
Era o dia de dizer para o mundo: "AÍ VOU EU"!
