Dúvidas. Perguntas sem reposta.
Raiva. Pena. Nó na garganta. Por que eu? Por que não eu? Ansiedade. Euforia.
Desejo. Raiva de novo. Frio na barriga. Insônia. Medo. Incertezas. Revolta.
Vontade de gritar. Vontade de ficar quieta, no canto, sozinha. Coração
acelerado, quase parando, acelerado de novo, parou...
Num pedaço de papel ela rabisca
tudo aquilo que passou a noite toda pensando. Ela escreve tudo aquilo que está
engasgado, mas não pode ser dito, ninguém quer ouvi-la. Ele prefere não ouvir.
E então quando os sentimentos se confundem viram palavras, que de tão embaralhadas
no papel acabam por se organizar sozinhas e trazem as respostas. As palavras
são os sentimentos materializados.
Assim vem um alívio repentino. As
ideias clareiam. Sempre foi mais fácil escrever do que falar, poder pensar,
organizar, escrever, rabiscar, apagar, escrever de novo. Ela prefere assim e é
melhor que seja.
Ela ainda não sabe o que fazer,
mas já se sente melhor. Prefere esperar. Melhor não fazer nada. Deixa que a
vida resolva por ela, deixa que as coisas se resolvam sozinhas. Entrega a
própria sorte ao destino e continua seguindo. Sorrindo...